quarta-feira, 9 de abril de 2008

Viver numa correria

O nosso dia-a-dia é passado a correr de um lado para o outro. Vivemos, desde que acordámos, numa correria que só termina quando nos deitámos, à noite. E, mesmo assim, por vezes, é para dormir “a correr” que o toque de despertar é já daqui a pouco.
Passámos a vida numa correria desenfreada como se, de facto, fossemos a algum lado. Mas a verdade, é que não vamos... Ficámos cá.
Movemo-nos como que por inércia, por hábito, como se fossemos teleguiados. Corremos de um lado para o outro como se não nos fosse possível parar. Parece que somos movidos por uma estranha energia.
Hoje em dia só fazemos aquilo que nos traz contrapartidas – nem sempre boas, pois nem sempre as sabemos avaliar. Vivemos para ter mais: mais poder, mais dinheiro, mais comodidade. Deixámos de fazer isto ou aquilo só pelo gozo que nos dava fazê-lo.
Deixamos de nos preocupar com o vizinho do lado e só olhamos para nós próprios. Já não temos tempo para olhar para o lado.
Por vezes, vivemos tão a correr, que nem reparamos que somos nós próprios que estamos no espelho da casa de banho quando nos arranjamos de manhã.
Somos escravos do tempo. Temos de (re)aprender a controlar o nosso tempo, a fruir o tempo livre – por vezes pouco – que ainda temos. Aprender a gozar o nosso dia-a-dia. Afinal de contas, não vivemos para sempre.

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