sábado, 29 de março de 2008

Casamento confiscado

Notícias desta semana dizem que a Direcção-Geral de Impostos está a enviar cartas a contribuintes recém-casados pedindo que estes respondam a um conjunto de questões relacionadas com a realização do casamento.
Ao que parece, segundo as mesmas notícias, o fisco quer saber quanto cobrou o fotógrafo, quanto foi gasto na florista, na cabeleireira, no vestido e no fato do noivo – e, caso estes tenham sido oferecidos, o fisco quer saber por quem –, quanto custou a boda, qual o número de convidados (adultos e crianças), etc. etc.
Esta “ideia brilhante” não é original; há três ou quatro anos atrás o fisco fez uma “operação” deste género. Segundo a Direcção-Geral de Impostos, o objectivo de tudo isto é saber se os serviços prestados foram devidamente contabilizados pelas empresas, ou seja, se existem facturas e recibos respeitantes a estes serviços.
Eu acho muito bem que a Direcção-Geral de Impostos procure e penalize as fugas ao fisco – é para isso que os senhores lá estão. O que eu acho que está mal é o meio como o tentam fazer: incomodar os contribuintes e pedir-lhes – sob ameaças de processos e coimas – que estes façam o trabalho da administração fiscal. Meus senhores, saiam dos gabinetes. Façam o vosso trabalho.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Raça perigosa...

Recentemente, foi levantado um problema que se arrasta há vários anos no nosso país; a questão das raças de cães consideradas perigosas.
Não há dúvida que existem raças mais propícias a serem mais violentas que as demais – umas por questões manifestamente características, outras por modificações genéticas que se foram fazendo através de diversos cruzamentos ao longo dos tempos.
Eu já tive – e adoro – bastantes cães: boxer, pastor alemão, são bernardo e rafeiros entre outros. Nunca tive um único problema com cães. Nem com os meus, nem com os outros. Na minha opinião, não existem cães perigosos; é certo que, como já disse, existem raças mais propícias a serem mais violentas, mas tudo depende do tratamento e da educação que recebem ao longo da sua vida.
No nosso país existem leis. Leis que não se cumprem, nem se fazem cumprir. Este facto aliado à (grande) falta de civismo pode tornar-se – e torna-se! – muitas vezes, numa mistura explosiva. Diversas raças são treinadas para lutarem, para fazerem guarda, para atacarem sob determinadas ordens.
Não existem raças de cães más por natureza. A única raça má – com maldade inata – é a raça humana. Bem pior do que o cão, é o seu dono! O Homem é uma raça perigosa!

PS – Um cão, desde que bem tratado, nunca abandona o seu dono. Já o contrário não acontece. Quantos donos abandonam os seus animais, apesar destes sempre lhes terem dado atenção e carinho?

quinta-feira, 13 de março de 2008

Quando eu for grande...

O meu filho vai fazer cinco anos. Já?!... Está a crescer!
Nós, os pais, mal damos por isso mas o tempo está a passar (depressa demais).
Parece-me que ele está a crescer bem e que é um rapaz imaginativo e esperto. Recentemente, à pergunta “o que queres ser quando fores grande?”, respondeu que não queria ser grande; queria crescer, mas não queria ser grande.
Julgo que ele pensa que o mundo das pessoas grandes é um bocadinho chato. Eu concordo com ele. Por vezes, este mundo consegue encher-me de tédio. Chego mesmo a ter náuseas e vómitos das coisas que vou vendo (na rua e através da televisão).
Também eu, não raras vezes, desejo não ser grande. A verdade é que, de vez em quando, deixo mesmo de o ser e, como diz o meu filho, sou crescido mas sem ser grande. É preciso “fugir”! Deixar de viver a realidade e “viajar” para outro mundo. É preciso sonhar porque, só assim, conseguimos esquecermo-nos e alhearmo-nos, por pouco que seja, da realidade.

segunda-feira, 10 de março de 2008

A angústia terminou. O meu portátil está de volta. Ao que parece, agora, com uma “saúde de ferro”…
Foi accionada a garantia do fabricante e, apesar de eu achar que me deviam ter dado uma máquina novinha em folha, foi garantido que os dados não se perdessem. Os meus escritos estão a salvo – e (já) com cópia feita. Apesar de tudo, o pessoal técnico da marca funcionou bem e demoraram menos tempo do que o inicialmente previsto.
O meu velhinho PC mostrou que, apesar de lento e com pouca memória, ainda está aí para as curvas…

Homem Mau no "Apito Dourado"

Na semana que passou fui intimado para responder em tribunal no célebre caso “Apito Dourado”.
Convém esclarecer que não percebo nada de arbitragens, nem de apitos, nem de ouro e, ainda por cima, não gosto de futebol. Daí o meu espanto quando recebi uma carta a “convidar-me” a estar presente no Tribunal de Gondomar. Confesso que conheço alguns – poucos – dos, alegadamente, envolvidos no processo; mais da televisão e dos jornais, do que pessoalmente.
Tudo bem. É dever de qualquer cidadão colaborar com a justiça. Como eu escrevi no meu último post – nem de propósito!!!! -, “também nos cabe a nós fazer algo.” Qualquer um pode ser chamado a depor, se se achar que esse alguém pode trazer algo mais.
Mas que raio tenho eu a ver com tudo isto?
Passei a tarde dentro de uma sala minúscula com escritos nas paredes – as instalações do Tribunal de Gondomar não são as melhores mas, certamente, haverá piores pelo país –, que mais parecia uma cela do que uma sala de testemunhas.
Já dentro da sala de audiências devo ter sido confundido com algum criminoso procurado pela justiça. Pois, só assim, se justifica o tom grave e ameaçador – eu diria mesmo acusador – com que o advogado da acusação (suponho eu!) me dirigiu a palavra e me questionou.
Não gostei do tom dele! Eu diria mesmo que houve ali alguma indelicadeza.
Mal o Sr. Doutor me dirigiu a palavra, eu senti-me logo culpado. Aquilo não era nada comigo e eu já me estava a sentir culpado, tal era o tom ameaçador... Mas não tive tempo para grandes divagações. Ele “atirou-me” com um brusco: «RESPONDA À PERGUNTA!».
Apesar do tom ameaçador, quem não deve não t(r)eme, e eu não tinha mesmo nada a dizer que pudesse ser de alguma utilidade para o processo. Eu era uma peça que não encaixava naquele puzzle…
Fiquei a saber que fui chamado ao “Apito Dourado” porque o meu nome aparece no fundo de uma folha que os inspectores da Judiciária “confiscaram” na Câmara de Gondomar.
Pareceu-me que a acusação não tem grandes provas para conseguir uma condenação dos arguidos, pelo que está a aproveitar todos os supostos pontos fracos, ou menos claros, para chegar a algum lado.