segunda-feira, 10 de março de 2008

Homem Mau no "Apito Dourado"

Na semana que passou fui intimado para responder em tribunal no célebre caso “Apito Dourado”.
Convém esclarecer que não percebo nada de arbitragens, nem de apitos, nem de ouro e, ainda por cima, não gosto de futebol. Daí o meu espanto quando recebi uma carta a “convidar-me” a estar presente no Tribunal de Gondomar. Confesso que conheço alguns – poucos – dos, alegadamente, envolvidos no processo; mais da televisão e dos jornais, do que pessoalmente.
Tudo bem. É dever de qualquer cidadão colaborar com a justiça. Como eu escrevi no meu último post – nem de propósito!!!! -, “também nos cabe a nós fazer algo.” Qualquer um pode ser chamado a depor, se se achar que esse alguém pode trazer algo mais.
Mas que raio tenho eu a ver com tudo isto?
Passei a tarde dentro de uma sala minúscula com escritos nas paredes – as instalações do Tribunal de Gondomar não são as melhores mas, certamente, haverá piores pelo país –, que mais parecia uma cela do que uma sala de testemunhas.
Já dentro da sala de audiências devo ter sido confundido com algum criminoso procurado pela justiça. Pois, só assim, se justifica o tom grave e ameaçador – eu diria mesmo acusador – com que o advogado da acusação (suponho eu!) me dirigiu a palavra e me questionou.
Não gostei do tom dele! Eu diria mesmo que houve ali alguma indelicadeza.
Mal o Sr. Doutor me dirigiu a palavra, eu senti-me logo culpado. Aquilo não era nada comigo e eu já me estava a sentir culpado, tal era o tom ameaçador... Mas não tive tempo para grandes divagações. Ele “atirou-me” com um brusco: «RESPONDA À PERGUNTA!».
Apesar do tom ameaçador, quem não deve não t(r)eme, e eu não tinha mesmo nada a dizer que pudesse ser de alguma utilidade para o processo. Eu era uma peça que não encaixava naquele puzzle…
Fiquei a saber que fui chamado ao “Apito Dourado” porque o meu nome aparece no fundo de uma folha que os inspectores da Judiciária “confiscaram” na Câmara de Gondomar.
Pareceu-me que a acusação não tem grandes provas para conseguir uma condenação dos arguidos, pelo que está a aproveitar todos os supostos pontos fracos, ou menos claros, para chegar a algum lado.

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