sábado, 29 de março de 2008

Casamento confiscado

Notícias desta semana dizem que a Direcção-Geral de Impostos está a enviar cartas a contribuintes recém-casados pedindo que estes respondam a um conjunto de questões relacionadas com a realização do casamento.
Ao que parece, segundo as mesmas notícias, o fisco quer saber quanto cobrou o fotógrafo, quanto foi gasto na florista, na cabeleireira, no vestido e no fato do noivo – e, caso estes tenham sido oferecidos, o fisco quer saber por quem –, quanto custou a boda, qual o número de convidados (adultos e crianças), etc. etc.
Esta “ideia brilhante” não é original; há três ou quatro anos atrás o fisco fez uma “operação” deste género. Segundo a Direcção-Geral de Impostos, o objectivo de tudo isto é saber se os serviços prestados foram devidamente contabilizados pelas empresas, ou seja, se existem facturas e recibos respeitantes a estes serviços.
Eu acho muito bem que a Direcção-Geral de Impostos procure e penalize as fugas ao fisco – é para isso que os senhores lá estão. O que eu acho que está mal é o meio como o tentam fazer: incomodar os contribuintes e pedir-lhes – sob ameaças de processos e coimas – que estes façam o trabalho da administração fiscal. Meus senhores, saiam dos gabinetes. Façam o vosso trabalho.

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