sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Os livros que estou a ler #3

“A Ilha das Trevas”, de José Rodrigues dos Santos
A vida e a tragédia de uma família timorense aquando da anexação de Timor-Leste por parte da Indonésia, serve de ponto de partida para o romance de estreia de José Rodrigues dos Santos.
Paulino da Conceição é um timorense com um terrível segredo. Assistiu, juntamente com a família, à saída dos portugueses de Timor-Leste e a todos os acontecimentos que se seguiram, tornando-se um mero peão nas circunstâncias que mediaram a invasão indonésia de 1975 e o referendo de 1999 que deu a independência ao país. Um romance onde ficção e realidade se misturam para expor a verdade.
O primeiro livro de José Rodrigues dos Santos, “A Ilha das Trevas” será, brevemente, adaptado ao cinema. O filme será dirigido pelo realizador Leonel Vieira. O livro foi recentemente reeditado, tendo merecido uma revisão por parte do autor.

José Rodrigues dos Santos nasceu em Moçambique, em 1964. É jornalista, escritor e professor de Ciências da Comunicação, mas é conhecido do grande público como pivot de informação da RTP. É Director de Informação da televisão pública e apresentador do Telejornal.
Doutorou-se em Ciências da Comunicação com uma tese sobre reportagem de guerra. José Rodrigues dos Santos começou a sua carreira como jornalista em 1981, em Macau, trabalhando para a Rádio Macau. Depois de se licenciar em Comunicação Social, em 1987, foi trabalhar para a BBC em Londres. Voltou a Portugal em 1990 para integrar a RTP. De 1993 a 2001 foi colaborador da CNN. José Rodrigues dos Santos é um dos mais premiados jornalistas portugueses tendo ganho vários prémios académicos e jornalísticos.
Obras publicadas
Ensaios: Crónicas de Guerra (2001); Crónicas de Guerra II (2002); A Verdade da Guerra (2002).
Romances: A Ilha das Trevas (2002); A Filha do Capitão (2004); O Codex 632 (2005); A Fórmula de Deus (2006); O Sétimo Selo (2007).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O jogo das panelas

Depois de ter lido e ouvido as mais recentes notícias sobre o caso BCP, “pude confirmar” um (meu) antigo pensamento: este país é, cada vez mais, uma terra de panelinhas; as panelas são (quase sempre) as mesmas, as tampas é que vão mudando.
Este país, que se diz democrático, avançado e civilizado, para mim parece-se, cada vez mais, com uma “república das bananas”. Neste país o desporto rei não deveria ser o futebol, mas sim o jogo das panelas. Bom, vendo bem as coisas, talvez não; esta gente leva isto demasiado a sério, não o faz por desporto.
Um dia, isto vai dar merda!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Não (ao) fumo

Eu não sou fumador, nunca fumei e o fumo do tabaco incomoda-me – cada vez mais –, por isso tento evitá-lo ao máximo. Eu, como não gosto, tento que o fumo dos outros não me incomode; sigo a velha máxima “quem não está bem, muda-se!”
Entrou agora em vigor a nova Lei do Tabaco que visa penalizar fortemente o seu consumo. É o nosso Governo a tentar acompanhar a tendência proibicionista ao tabaco na União Europeia. O documento proíbe quase totalmente o consumo de tabaco em espaços fechados. Basicamente, só é permitido fumar ao ar livre e em espaços próprios (criados) para fumadores.
O Estado lucra muito com os impostos sobre o tabaco mas, por outro lado, gasta também muito dinheiro em tratamentos de saúde com os fumadores – em Portugal, 85% das mortes por cancro do pulmão são originadas pelo tabaco.
Ainda é cedo para avaliar quais as verdadeiras repercussões da nova lei na sociedade. Os cafés parecem-me mais vazios… de fumo e de gente. O ar no shopping parece-me mais saudável. Mas, em contrapartida, passou-se a ver pequenos grupos de pessoas às portas das empresas, na entrada do shopping, à porta dos estabelecimentos comerciais e nos exteriores dos cafés.
Eu concordo com este “apertar do cerco” aos fumadores. No entanto, é importante que não passe a discriminar quem fuma.
Espero que se limite, ainda, o acesso ao tabaco, reduzindo os seus pontos de venda e a (real) proibição à sua aquisição por parte de menores de idade.
Ah! E já agora, faz falta uma lei para o consumo de álcool.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Todos os dias vamos morrendo na estrada

Os acidentes de viação em Portugal são uma calamidade, um mal social. Todos os anos por alturas das Festas / Férias os números de mortes na estrada são trágicos. É uma vergonha.
Há anos que se tenta lutar contra esta maleita sem grandes resultados. Em Portugal morre-se muito na estrada. Demasiado! A falta de civismo é indescritível – não nos respeitamos nem respeitamos os outros. Só há uma explicação para isto acontecer: não gostarmos de nós próprios.
Cada dia que passa, cada um de nós vai morrendo um bocadinho na estrada. Eu, cada dia que passa, sinto-me menos seguro quando ando na estrada, tantas são as infracções e as atitudes incompreensíveis que vejo.
Li, recentemente, num jornal diário que vai ser posta a circular uma campanha–choque – mais uma! – para motivar os condutores para esta negra realidade. Eu digo que o que faz falta não é uma campanha-choque para tentar assustar os condutores, mas sim multas-choque que “mexam” no bolso dos infractores. O que faz falta são penas-choque para os reincidentes. O que faz falta é uma maior fiscalização: agentes da autoridade, câmaras, radares e tudo o mais que se possa utilizar. O que faz falta é ensinar e motivar as nossas crianças, desde o jardim-de-infância, para terem bom comportamento, civismo e respeito pelos outros – na vida e na estrada.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Feliz Ano Novo


Todos os anos é a mesma coisa. Depois da ilusão e da euforia da passagem de ano deparamo-nos com a triste realidade: está tudo mais caro.
O pão nosso de cada dia volta a subir de preço. O leite vai atrás. Transportes, portagens, água, gás, electricidade e combustíveis seguem na mesma direcção. Os Serviços de Saúde estão mais caros – os que ainda restam em funcionamento...
O Governo de José Sócrates fixou a meta dos aumentos salariais dos trabalhadores da Administração Pública em 2,1 por cento. Como se sabe são estes os números que, normalmente, servem de referência para os aumentos dos salários dos trabalhadores do sector privado. Assim, temos aumentos salariais na casa dos 2 por cento e dos bens de consumo na ordem dos 3 e 4 por cento. 2008 volta a ser um ano em que os portugueses perdem poder de compra. Vai continuar o triste fado das famílias cada vez mais endividadas, dos créditos malparados e dos portugueses cada vez mais tristes e cabisbaixos.
Como o nosso Primeiro-Ministro disse numa intervenção em Maio passado, “cada um de vós dará o seu melhor para um país mais justo, para um país mais pobre…”. Parece que este Governo está a fazer a parte que lhe toca…
O Ano é Novo, mas a merda é a mesma de sempre…