domingo, 4 de outubro de 2009

Os livros que estou a ler #11

“A Cidade e as Serras”, de Eça de Queirós
Publicado em 1901, após a morte de Eça de Queirós, o livro conta-nos a história de Jacinto de Tormes narrada pelo amigo José Fernandes. Na narrativa são contados episódios relacionados com a personagem principal, servindo os factos da história de José Fernandes apenas como elos de ligação.
Jacinto nascera e sempre morara num palácio, no número 202 dos Campos Elíseos, rompendo totalmente com o passado camponês da sua família. A mudança de sua família de Tormes, no Douro, para Paris deveu-se ao seu avô. Jacinto, que detestava o campo, sempre foi rico e inteligente, voltando toda sua actividade para o conhecimento - amontoando no seu palácio livros (filosofia e ciências) e os aparelhos tecnicamente mais sofisticados da época.
José Fernandes, contrário a essa orientação tecnicista e mecanizada, vai registrando como Jacinto rompe totalmente com o seu passado na serra, deteriorando-se na vida da cidade, até à sua regeneração final com a natureza quando regressa a Portugal.

Eça de Queirós
José Maria Eça de Queirós (1845-1900), oriundo de uma família burguesa e culta, passou grande parte da sua infância longe dos pais. Estudou no Porto e em Coimbra, onde se formou em Direito. Em Coimbra, foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados avulso na revista “Gazeta de Portugal”, foram depois compilados em livro, publicado depois da sua morte sob o título “Prosas Bárbaras”.
Exerceu carreira diplomática, tendo sido cônsul de Portugal em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Da sua vasta obra destacam-se “O Mistério da Estrada de Sintra”,”O Crime do Padre Amaro”, “A Tragédia da Rua das Flores”, “O Primo Basílio”e, a sua mais importante obra, “Os Maias”. O seu último livro foi “A Ilustre Casa de Ramires”. Eça de Queirós morreu a 16 de Agosto de 1900, em Paris. Os seus trabalhos foram traduzidos em cerca de vinte línguas.

Na mesa de cabeceira estão Ruth Rendell e Alberto Fortes.

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