terça-feira, 10 de junho de 2008

Os livros que estou a ler #5

“O Caderno Dourado”, de Doris Lessing
Um romance sobre as ilusões perdidas de uma classe intelectual inglesa idealista e sonhadora que se julgava capaz de transformar a sociedade segundo o estipulado por Marx. “O Caderno Dourado”, considerado a obra-prima da autora, conta a história de uma escritora de sucesso em forma de diário. Romance com uma estrutura “diferente”, constituído por cinco partes: Mulheres Livres com uma história por si só, e quatro cadernos coloridos, escritos por Anna Wulf, personagem central de Mulheres Livres. É considerado um clássico feminista por alguns estudiosos, mas não pela autora. A Academia Sueca classificou-a como “uma obra pioneira do movimento feminista, pertencendo ao grupo de obras que mudaram a forma de ver as relações homem-mulher no século XX”.

Doris Lessing
Nasceu em Kirmansch, na Pérsia (actual Irão) em 1919. Ainda muito nova muda-se com a família para a Rodésia (actual Zimbabué). Começa aos sete anos a escrever, apesar da preferência da mãe incidir sobre a música. Deixou a escola aos 14 anos, sendo autodidacta em toda a sua formação posterior. Aos 30 anos, com dois casamentos desfeitos e três filhos, parte para Londres. Na mala levava um romance que seria publicado no ano seguinte, o seu primeiro êxito: “A Erva Canta” (“The Grass is Singing”, 1950). No entanto, foi com “O Caderno Dourado” (“The Golden Notebook”, 1962) que se tornou conhecida internacionalmente.
A escritora explorou vários estilos, inclusive a ficção científica nos cinco volumes da série “Canopus em Argos: Arquivos” (“Canopus in Argos: Archives”, 1979-1983). Temas de inspiração comunista, as tensões inter-raciais, a violência contra as crianças e a causa feminista foram alguns dos assuntos que serviram de mote à sua vasta obra. Doris Lessing escreveu mais de quatro dezenas de livros e recebeu o Nobel da Literatura 2007.

Autores que estão na minha mesa de cabeceira: Ruth Rendell e Eça de Queirós

Sem comentários: