domingo, 2 de dezembro de 2007

Mais um dia de greve

Sexta-feira foi mais um daqueles dias extremamente difíceis. Difícil devido a mais uma greve geral. Assim, um pouco por todo o país, escolas, jardins-de-infância, repartições e transportes públicos param ou diminuíram os seus serviços.
Não estou aqui a criticar o direito à greve nem as suas reivindicações – que aliás, considero justas. Problema muito maior – e muito mais crítico – que o transtorno causado, são os números desta greve. No nosso país o problema das greves são sempre os números…
Em Portugal, fazem-se greves não para que se melhorem as condições de trabalho ou os salários dos operários mas sim para que, depois, se discutam os números. O Governo nunca está de acordo com os números avançados pelos Sindicatos e vice-versa. Desta vez, os Sindicatos avançaram com números na ordem dos 80%. O Governo, por seu lado, apresentou valores perto dos 20%. Números completamente opostos uns dos outros.
Porque será que, em Portugal, os números apresentados por ambas as partes nunca se aproximam? Porque será que, depois da greve, se fica a discutir os métodos de contagem utilizados em vez dos verdadeiros interesses dos trabalhadores? Se Governo e Sindicatos, ou Sindicatos e Patrões, não conseguem chegar a um consenso quanto aos números de uma greve, como é que, um dia, hão-de chegar a acordo no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores?
Afinal, de que é que eles têm medo? Será que o Governo e os Sindicatos têm medo que possa não haver mais greves? Afinal, depois discutiam sobre o quê?

2 comentários:

Anónimo disse...

Desde sempre fiz greve aos comentários. Por tradição. Este é uma das raras excepções.
Força aí! E não faças greve!
Rui

Anónimo disse...

Não é desta greve que se devia falar. Existe,sim, uma greve de responsabilidades na maioria dos trabalhadores. O que interessa é o graveto no final do mês e até nem interessa muito que seja pouco já que será sempre pouco. Agora...este mundo é um mundo de enganos e pensar que se consegue mudar algo é uma ilusão e mesmo que se avance dois passos concerteza logo a seguir se recuará muitos mais.