A vida é cor-de-rosa… rosa-choque

Esta semana fiquei chocado.
A ousadia das pessoas não tem limites. Fazem de tudo para “sacar” umas moedas. Numa altura em que cada vez há mais pedintes e sem-abrigo nas ruas das cidades, é preciso puxar pela imaginação para fazer parar as pessoas, fazê-las sentir compaixão e, principalmente, fazê-las gastar uma moeda.
Ao passar por uma rua movimentada do centro da cidade, deparei com esta cena: Encostado à parede de um prédio, estava um pequeno cachorro (aparentemente bem tratado e alimentado) sentado em cima de um cobertor e, ao seu lado, um letreiro escrito num pedaço de cartão. No letreiro lia-se: “Fui abandonado e preciso de vacinas e de comer”.
Parei, especado, no meio da rua. Os transeuntes passavam apressados, na sua maioria, sem prestar atenção ao pequeno animal. Eram poucas as pessoas que, naquela altura, reparavam no cachorro – apenas duas adolescentes, aninhadas no passeio, faziam festas ao cãozinho. Do dono, que certamente estaria por ali, não consegui vislumbrar qualquer sinal.
Não há dúvida que este cenário me tocou. Confesso que me tocou muito mais do que se fosse o dono do cachorrinho que lá estivesse sentado com um letreiro pois, provavelmente, nem teria olhado para ele.
A vida nem sempre é cor-de-rosa. Por vezes, é rosa-choque!