quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Relatório(s) Minoritário(s)

Um estudo da ONU, divulgado recentemente, diz que Portugal é o sexto país do Mundo com menor discriminação salarial das mulheres – uma diferença de nove por cento, enquanto que a média mundial se situa nos 17%.
Assim, segundo esse mesmo estudo, Portugal surge atrás de Malta, Panamá, Filipinas, Sri Lanka, Bélgica e Eslovénia, países onde a diferença salarial entre homens e mulheres é inferior à portuguesa.

Este relatório da ONU, no entanto, vem contrariar outros estudos sobre o mesmo assunto. O relatório de 2007 da Eurofound – Fundação Europeia para a Melhoria das Condições e Vida e do Trabalho, divulgado no mês passado, colocava Portugal entre os países da União Europeia que mais prejudicam o salário das mulheres, onde o nosso país aparece em 2º lugar.
Segundo este relatório, a diferença salarial entre homens e mulheres, em Portugal, é de 25,4%, e a média europeia de 15,9%.
Relatórios sobre o mesmo assunto com resultados diferentes. Onde, provavelmente, os números que mais se aproximam da realidade são os piores para o nosso país.

Segundo outro relatório, divulgado esta semana, pela Transparency International, Portugal é actualmente um país mais corrupto do que era há cerca de um ano.
Isso é novidade para alguém?
Todos os anos, esta organização com sede em Berlim, calcula o índice de percepção da corrupção em 180 países. Trata-se de um indicador que mede os níveis de corrupção no sector público, com base na opinião de especialistas e empresários.
A liderar a tabela dos menos corruptos surgem, este ano, a Dinamarca, a Nova Zelândia e a Suécia, sendo que, entre os 20 primeiros estão não só os restantes estados escandinavos (Finlândia e Noruega) mas também as maiores economias do mundo, tais como o Canadá (9º lugar), a Alemanha (14º), o Reino Unido (16º), o Japão e os Estados Unidos (18º). No fundo da lista estão o Iraque, a Birmânia e a Somália.
Fazendo fé no “ranking” divulgado, Portugal caiu quatro posições, ocupando agora o 32º lugar.
Agora percebe-se melhor o porquê das diferenças de números dos anteriores relatórios…

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