domingo, 16 de maio de 2010

Estender o tapete a Sócrates

Pedro Passos Coelho provou ser um homem que sabe jogar de forma inteligente.
O líder do PSD, sem grandes alternativas, deu o seu apoio – e o do partido – a este Governo para avançar com o aumento de impostos.
Mas recuemos um pouco, para percebermos melhor esta jogada astuta de Passos Coelho.
Ainda candidato à presidência do PSD, Pedro Passos Coelho acusava o Governo de José Sócrates de querer fazer “um aumento encapotado de impostos” e acrescentava, que esse seria o “pior caminho para Portugal” e que, “aqueles que trabalham e criam poupança no país não podem ser os que pagam a crise”.
Depois do milagroso pacto de 13 de Maio entre Sócrates e Passos Coelho, o líder do PSD apareceu nas televisões a pedir desculpa aos portugueses por ter dado o seu acordo a um conjunto de “medidas duras” e contrárias ao que tinha defendido.
A fuga ao aumento dos impostos parece-me impossível e, mais cedo ou mais tarde, isso teria que acontecer. Como provavelmente o Governo de José Sócrates não se aguentará até ao final do ano, Passos Coelho não tinha grandes alternativas; ou apoiava Sócrates agora ou, mais tarde, quando o PSD fosse Governo, teria que ser ele a fazê-lo, passando a ser o “mau da fita”.
Pedro Passos Coelho estendeu o tapete a José Sócrates e, agora, prepara-se para lhe puxar o tapete debaixo dos pés assim que puder.

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