terça-feira, 29 de julho de 2008

Anda bicho na madeira…

Alberto João Jardim voltou a falar. Jardim voltou a dirigir a sua verve contra o Governo da República. Desta feita, não falou sozinho e mostrou que já tem um discípulo que, aliás, partilha das suas opiniões e do seu estilo de discurso.
Na festa anual do PSD-Madeira, em Chão da Lagoa, João Jardim disse que considera José Sócrates como “o grande inimigo da Madeira” – coisa a que já nos habituou – mas, este ano, o Presidente do Governo Regional da Madeira contou com um (forte) aliado: Jaime Ramos (Secretário-Geral do PSD Madeira).
Jaime Ramos avisou que quem quer ter ilhas no Atlântico “tem de pagá-las, tem de sustentá-las” e que “se Portugal quer manter a Madeira unida a Portugal tem de pagar a tempo e a horas, senão vai ter uma acção de despejo”. Não há dúvida que João Jardim está a fazer escola…
Mas Alberto João Jardim não poupou “elogios” ao Primeiro-Ministro, considerando “que é um insulto aos portugueses ser governados por Sócrates”. Jardim adiantou que está na hora da mudança e garantiu que “os portugueses do continente podem contar com os portugueses da Madeira para dar a volta que tem que se dar a Portugal”, pois “Sócrates não pode continuar a governar Portugal”.
O Presidente do Governo Regional da Madeira acrescentou ainda que Portugal “é um país que está acovardado, é um país que está rendido, é um país completamente conformado mas, há aqui, na Madeira, um Portugal que não se conformou”, e por isso diz “aos portugueses que vivem em Lisboa que isto chegou a um tal estado que não estejam à espera dos partidos políticos da oposição. Somos nós, povo, que temos que mudar Portugal”.
É verdade que Alberto João Jardim é conhecido pelos seus excessos verbais – por vezes reprováveis – mas, não deixa de ser um político com coragem, que diz aquilo que pensa e sem papas na língua. Pena que, por vezes, não seja levado mais a sério.
Jardim é capaz de ter razão: Portugal é um país conformado e rendido, onde é preciso que alguém faça algo e, a solução não parece estar na oposição – a classe política nacional deixa muito a desejar -, mas sim no povo. Se é verdade que o povo tem os políticos que merece – e nós merecíamos melhor, caramba! -, também não é menos verdade que quando o povo quiser pode mudar o estado das coisas. Basta querer.

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